O vale dos castelos de Bragança
Paulista.
Bairro da Bocaina - Fazenda do Trigo: Seus protagonistas através
dos tempos.
No início de 1974, um novo membro da família é
convocada para dar continuidade à história da centenária Fazenda do Trigo:
Olympio Félix de Araújo Cintra Netto.
Embora tivesse trabalhado, em boa parte de sua vida, na capital paulista em
diversas empresas, inclusive jornalísticas, sendo seu último trabalho, ali, na
Cooperativa do Jockey Clube, seu gosto e interesse pela terra, sempre o faziam
estar presente no Bairro da Bocaina, nas folgas, no feriados e nas férias,
oportunidades essas que ele aproveitava para percorrer os cafezais, bem como
dialogar com os colonos da fazenda.
O Casal Olympo Félix de Araújo Cintra/Rita Meirelles Cintra com seus filhos, em foto de 1920, da esq.dir: Ilze, Urbaninha, Anita, Urbano, Maria de Lourdes, Zilda, Antonio, Olympio e Paulo |
Bosque que contorna o casarão da Fazenda do Trigo, no meio do qual florescem antúrios e folhagens raras que formam o jardim da propriedade |
Na época em que assumiu a gestão da propriedade, o
Brasil vivia uma revolução agrícola, quando o governo da ditadura militar
lançava programas de financiamentos a juros subsidiados que possibilitavam aos
agricultores e proprietários agrícolas renovar suas máquinas, tratores,
implementos, insumos e outras benfeitorias.
Imbuído do espírito de seus antecessores, ele se utiliza dos programas
governamentais e financia tratores e implementos, com o que os cafezais passam
por grandes melhorias e o velho casarão, orgulho da família, tem sua
restauração iniciada.
Trabalhadores rurais da Fazenda do Trigo, da esquerda para a direta: João Eufrásio Filho, Antonio Verza Filho, Wilson Verza, Virgílio Augusto Franco, Laerte Verza, Waldemar Paulino falecido no dia 22/11/98 e que ali trabalhou por mais de 50 anos com muita dedicação. À frente, agachados: Willian F. de Moraes e Rinaldo F. de Moraes (esq. p/dir) |
Desdêmona Seixas Cintra, viúva de Urbano Félix de Araújo Cintra e seu filho Olympo Félix de Araújo Cintra Netto. |
Após cinco anos de gestão à frente da fazenda, Olympio
Félix enfrenta o primeiro revés da natureza: a terrível geada de maio de 1979
que assolou toda a região bragantina., queimando os cafezais e torrando os
frutos ainda verdes.
Com disposição e persistência, características próprias da família Araújo
Cintra, ele não desanima e começa a recompor cafeeiro por cafeeiro, os quais,
após alguns anos, estariam novamente vigorosos e repletos de frutos.
A família do Cel. Olympo Félix de Araújo Cintra em foto de 1945, constituida pelo casal, filhos, genros, noras e netos |
Além de se revelar grande agricultor, o paulistano
Olympio Félix de Araújo Cintra Netto consegue conquistar a confiança dos
agricultores de nossa região, sendo eleito, em 1980, presidente da Cooperativa
dos Cafeicultores da Zona Bragantina.
Se por um lado ele se transformava em importante personagem da história de
nossa agricultura, sua esposa, Anna Maria Bove, com arte e sensibilidade,
decorava os bosques que sombreavam o enorme casarão da fazenda, com imensos
jardins, onde os antúrios e folhagens raras se harmonizavam com grandes
árvores, tornando a paisagem uma pintura natural.
Aproveitamos o ensejo que nossa coluna nos oferece de nos aproximarmos dos
leitores, adentrando seus lares, para desejar um Feliz Natal a todos que nos
prestigiam, bem como às pessoas que nos têm recebido para relatar suas
histórias, à equipe do "Bragança-Jornal Diário"e a todos os
moradores desta progressista região Bragantina.
Matéria fornecida pelo autor, inédita
na internet, já publicada no Bragança Jornal Diário em 1997
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