A presença dos Ingleses na Região Bragantina 
A extinta estrada de ferro Bragantina - Viajando da estação Taboão até Caetetuba e desta pelo ramal seguimos até Piracaia.

Estamos em 1.915, em Bragança Paulista e às 6h00. O Largo do Taboão está repleto de pessoas bem vestidas. A Rua José Domingues é acordada pelo trepidar das carroças repletas de bagagens e pelos luxuosos trotes, dirigindo-se para a estação Taboão pois, exatamente às 6h30 passará a fumegante locomotiva da Estrada de Ferro Bragantina com suas composições de passageiros, procedentes do Distrito de Vargem.

À chegada da composição, os passageiros tomam seus lugares, as mercadorias são embarcadas e a viagem está prestes a continuar com destino a Campo Limpo.’ Soa um forte apito ecoando por todo o vale da estação e iniciamos nossa viagem, que agora nos oferece a panorâmica vista do enorme banhado do Taboão que, de repente, se transforma num imenso jardim de flores brancas dos cafezais da Fazenda Santa Helena, que logo se acresce com as da Fazenda Caetê e assim o nosso trem vai percorrendo o fértil vale. Já adentrando o município de Atibaia, fazemos nossa tradicional parada na pequenina estação do Tanque, onde a composição permanece por alguns minutos e logo parte, continuando a entrecortar o imenso vale. Em pouco tempo deparamos com os pomares entremeados com arrozais a perder de vista, proporcionando-nos um cenário semelhante às planícies européias. Enquanto nossos olhos contemplam as diversas tonalidades de cores, somos surpreendidos pelo Rio Atibainha, ao cruzá-lo sobre a maior ponte dessa ferrovia. Em seguida uma parada é feita na movimentada Estação Caetetuba, onde, afoitos, os passageiros descem para saborear deliciosos pastéis acompanhados de saboroso cafezinho. Depois, entre algumas despedidas daqueles que ali desembarcam para fazer baldeação com destino a Piracaia, prosseguimos nossa viagem. Aqueles tomam outra composição que aí já os aguarda e, numa emocionante viagem de 30 km, corta lodo o vale do Rio Atibainha, passando pelas estações Alibaia, Guaxinduva, Canedos e Arpuí, e chega ao destino: Piracaia. Nesse trajeto os viajantes observam exuberante queda do Rio Cachoeira próximo a Arpuí. Enquanto isso, seguimos para Campo Limpo numa viagem que descreveremos em próxima edição.

         


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Matéria fornecida pelo autor, inédita na internet, já publicada no BragançaJornal Diário em 1997
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